Quantidade: 250.000 (duzentos e cinquenta mil).
Utilizador: Exercito Português; Armada Portuguesa; Força Aérea Portuguesa; Guarda Nacional Republicana.
Comissões: Angola (1963-1975); Guiné; Moçambique; Bósnia; Kosovo.
Entrada ao serviço: 1963.
Data de abate: 2019.
DADOS TÉCNICOS
Construtor: Hecler & Koch (Alemanha)/FBP (Portugal).
Dimensões: comprimento 1,02 metros.
Peso: vazio 4,100 kg; c/bipé 4,250 kg; carregador 0,610 kg.
Dados balisticos: calibre 7,62 mm; velocidade inicial 700 a 800 metros por segundo; cadência de tiro 550 a 600 tiros por minuto; alcance 3.000 metros.
Estriamento: numero/sentido das estrias 4/destrorsum.
Munições/capacidade do carregador: cartucho 7,62x51 mm/20.
Orgãos de pontaria: linha de mira axial; ponto de mira conico; alça tambor regulada para 100/200/300 e 400 metros.
Outros equipamentos: n/a.
DESENVOLVIMENTO
A Gewehr 3 (G3)
é
uma espingarda de combate de fogo selectivo usada nos Exercitos Português e Brasileiro,
(actualmente descontinuada pelas Forças Armadas Portuguesas desde 16 de
Setembro de 2019, estando a ser substituída pela nova arma Belga FN SCAR-L e pela FN SCAR-H). Fabricada pela Heckler & Koch e adaptada como a espingarda de serviço pela Bundeswehr em 1959. Foi adaptada e encontra-se actualmente em
utilização por vários países à volta do mundo.
Foi a arma de infantaria
padrão do exército alemão, Bundeswehr, até 1997, e continua a ser utilizada por vários
exércitos. A G3 é tipicamente uma arma de calibre 7,62×51mm
NATO, capaz de fogo semi-automático ou totalmente
automático com um
cartucho desmontável. Pode ainda ser anexada uma baioneta à G3, assim como um dispositivo lança-granadas.
Foi desenvolvida pelos
engenheiros da Mauser, após terem passado algum tempo em Espanha a trabalhar para outros fabricantes de armas
nesse mesmo país. Ajudaram a criar o fuzil CETME e levaram-na de volta para a Alemanha. De facto, por algum tempo as G3 tiveram a
palavra "CETME" estampada num dos lados; o design levou
contudo várias modificações, como por exemplo, a CETME tinha um apoio em
madeira e a G3 não.
A G3 foi adaptada em 1958 como substituta para a G1 da Bundeswehr, uma
versão modificada da belga FN FAL, que estava em serviço desde 1956, o ano em que a Alemanha Ocidental entrou para a NATO, continuando ao serviço de várias forças
armadas.
Durante o começo e meados
de 1950 a RFA (Alemanha Ocidental), bem como outros países da
OTAN, teve necessidade de rearmar seus exércitos com
o cartucho padrão 7,62x51mm. Inicialmente os alemães preferiram o FN FAL belga, eles o aprovaram com a designação G1 em 1956. Devido a razões óbvias a Alemanha queria
fabricá-los no seu próprio território e tentou comprar a licença de fabrico da
FAL, mas a Bélgica rejeitou o pedido, daí a Alemanha voltou-se para outro projeto, derivado do CETME
espanhol. A Alemanha comprou a licença de
fabrico e transferiu o projecto para a empresa Heckler & Koch, situada em
Oberndorf, com algumas modificações. O projecto da espingarda foi aprovado pelo
Bundeswehr sob designação de G-3 (Gewehr 3) em 1959, sendo esta usada desde essa data até 1995 pelo exercito alemão, e não só. A G-3 e suas
diversas versões são a principal arma de mais de 50 países, entre eles: Grécia, Irão, México, Noruega, Paquistão, Portugal, Suécia, Turquia. Nos últimos 40 anos ele tem sido produzido na
Grécia, Paquistão, Irão, Turquia e Portugal.
O grande motivo da
popularidade da espingarda G-3 é que ela é de construção e manutenção mais
simples e barata que seus principais rivais contemporâneos, a FN FAL e a
americana M-14. A HK continuou sua produção até idos de 2000-2001, quando ela desapareceu dos catálogos da
empresa. No entanto, a HK ainda produz uma gama de armas que tem como base a
G-3, como a sub-metralhadora HK MP-5 de
calibre 9mm OTAN, a HK33 de calibre 5,56 mm, as HK-23 e HK-21,
metralhadoras em calibre 7,62, além do fuzil de precisão PSG-1 (também em
calibre 7,62), entre outros. Em geral o G-3 é um rifle como um dos melhores
fuzis de batalha 7,62 do mundo, ele é versátil, confiável, controlável e não
dispendioso, e também é muito popular no mercado civil, sendo que só foi
produzido para operar em semi-automático conhecido, inicialmente como HK-41 e mais
tarde como HK-91.
O G-3 funciona com o
sistema ação de recuo simples retardado também conhecido como delayed blowback, sendo que nele há dois roletes que atrasam a
abertura da culatra. Esse sistema foi desenvolvido na Mauser no final da 2ª Guerra Mundial e refinado na Espanha. O fuzil tem a maior parte de seus componentes
feita em aço estampado por isso sua construção é menos complicada que seus
contemporâneos.
O G-3 é feito em aço
estampado quase em sua totalidade, a caixa da culatra é feita em chapas de aço,
a coronha, o gatilho e a sua unidade de habitação são ou em aço, o guarda-mato
também é feito em aço estampado, sendo que em 1960 houve uma atualização e passou-se a fazer
algumas partes da arma em polímero como o guarda-mato e a unidade de habitação
do gatilho, essas atualizações receberam o nome de G-3A3 e G-3A4. Em 2000 A HK
através de sua subsidiária em Luxemburgo fez uma versão do Fuzil G3 para caça
denominada HSG1
VERSÕES
Espingarda Automática G-3 7,62 mm m/1963 c/coronha retráctil.PERCURSO EM PORTUGAL
Portugal teve necessidade
de adotar uma nova arma no início dos anos 60, por conta da guerra do Ultramar em África. No entanto as possibilidades não eram muitas. Os Estados
Unidos mantinham um claro embargo a Portugal. Portanto, a escolha tinha que recair sobre uma
arma fornecida por um país que estivesse na disposição de transferir a
tecnologia para a fabricação da arma em Portugal. A escolha foi pela arma
alemã, que passou a ser fabricada em Portugal pela Fábrica de Braço de Prata.
Em 1962, foi celebrado um contrato entre os Governos da Republica Federal da Alemanha e a Republica Portuguesa para o fornecimento de 50.000 armas. Para tornar possivel este fornecimento a RFA cedeu a Portugal a licença de fabrico com as seguintes condições:
- Portugal ficava autorizado a fabricar o numero de armas que as suas Forças Armadas necessitassem.
- Portugal pagaria 2,5% do valor das armas produzidas, além das 50.000, durante um periodo de 10 anos a contar da data do contrato.
- A exportação só era permitida com acordo prévio do Governo da RFA.
- Portugal fixou, por intremédio de contrato com o Governo da RFA as condições de cedência do know-how e assistência técnica.
Quando chegou a África,
em comparação com as antigas armas ligeiras das forças armadas, a G3 era vista
como extremamente sofisticada. Tratava-se de uma arma automática, que podia
disparar rapidamente uma considerável quantidade de munições.
Foi necessário bastante
treino de forma que a tropa se habituasse a entender que a posição normal da
arma deveria ser a posição semiautomática, porque do ponto de vista
operacional, gastar rapidamente as munições no meio do mato, seria um problema.
Em 1965, já o número de espingardas automáticas G3
tinha ultrapassado as 150.000 nas forças armadas, e mesmo assim, ainda existiam
em funcionamento 15.000 espingardas automáticas FN, fornecidas de emergência
pelo exército
alemão, antes da introdução da
G3.
A arma esteve presente em
vários cenários de guerra, em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau. Viu-se ainda a G3 ser utilizada em Timor-Leste pelas guerrilhas das Falintil. Até 2000, algumas velhas G3 ainda se encontravam
operacionais naquele território.
A substituição da G3 nas
forças armadas portuguesas iniciou-se e foi interrompida por diversas vezes.
Finalmente a 20 de Fevereiro de 2019 foi assinado um contrato com a empresa FN Herstal para a substituição da G3 e outras armas
ligeiras do exército por armas da família FN SCAR, estando as entregas previstas para o período
2019-2022.
MODELISMO
https://www.scalemates.com/search.php?fkSECTION[]=All&q=g-3*&fkGROUPS[]=%22Firearms%22&fkTYPEGROUP[]=%22Heckler%20%26%20Koch%20G3%22
FONTES
Ficha de Material do Exército Português n.º 43200.1005.01.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Heckler_%26_Koch_G3.
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